Investir na recuperação de casas rurais pode ser uma excelente forma de preservar o património, criar uma habitação única ou desenvolver um projeto de turismo sustentável. No entanto, é fundamental compreender os tipos de intervenção possíveis, a burocracia associada e os apoios disponíveis. Neste artigo de As Tuas Ajudas, vamos dar a conhecer tudo o que precisas saber para tomar decisões informadas – desde como encontrar casas em ruínas até aos programas estatais para tornar a recuperação mais acessível.
Reconstrução ou Reabilitação de casas rurais?
Antes de investir numa casa rural, é crucial perceber o tipo de intervenção que ela exige. Reabilitar, reconstruir ou apenas conservar implica decisões e custos muito diferentes:
A reconstrução envolve demolir parcial ou totalmente uma casa e construí-la de novo, muitas vezes com base no traçado original. É comum quando a estrutura está em ruínas ou insegura. Apesar de permitir modernizar totalmente o espaço, pode implicar perda de elementos autênticos se não for feita com cuidado e respeito pelo contexto rural.
A reabilitação mantém a estrutura original da casa, intervindo apenas para recuperar, reforçar e adaptar o edifício às exigências atuais. Preserva materiais e detalhes tradicionais, como paredes de pedra ou tetos em madeira. É ideal para quem valoriza a identidade histórica da construção e pretende manter o carácter único do imóvel rural.
Conservar uma casa rural envolve pequenas intervenções para manter a estrutura e os materiais em bom estado. É ideal quando a construção está estável e funcional, exigindo apenas manutenção regular.
Dica Prática
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Painéis solares: preços e como escolher?
Onde começa a busca: estratégias para encontrar casas em ruínas
Procurar casas em ruínas pode ser uma aventura emocionante, mas exige atenção e estratégia. Conhecer onde e como procurar aumenta muito as chances de encontrar a propriedade ideal. Aqui estão três formas simples e eficazes para começar essa busca.
1. Pesquisa online
Hoje em dia, a internet é uma das melhores formas de encontrar casas em ruínas. Usa palavras-chave como “casa para recuperar”, “imóvel em ruínas” ou “propriedade para restaurar” para fazer a tua pesquisa. Muitos sites permitem filtrar por preço e localização, ajudando a encontrar boas oportunidades. No entanto, as fotos podem não mostrar o estado real da casa, por isso é muito importante visitar o imóvel pessoalmente antes de tomar qualquer decisão.
2. Ajuda de agências e consultores locais
Contar com a ajuda de agências imobiliárias ou consultores que conhecem bem a zona pode ser fundamental. Estes profissionais têm acesso a casas que nem sempre aparecem na internet e entendem as regras locais sobre o que pode ou não ser feito na recuperação. Além disso, ajudam em todo o processo, desde a negociação até à parte burocrática, tornando a compra mais segura e simples.
3. Exploração no terreno e contactos locais
Às vezes, as melhores oportunidades aparecem fora do mundo online. Visitar aldeias e zonas rurais, conversar com moradores e estar atento a placas de “vende-se” pode revelar casas em ruínas que ainda não foram anunciadas. Juntas de freguesia e jornais locais também são bons locais para descobrir imóveis disponíveis. Esta abordagem exige mais tempo e paciência, mas pode compensar bastante.
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Decifrar o valor: avaliação e preços de casas em ruínas
Saber quanto vale uma casa em ruínas é essencial para fazer um bom negócio. O preço depende de vários fatores que influenciam o custo e o potencial do projeto de recuperação.
Fatores que influenciam o preço:
- Localização: Casas perto do mar, cidades ou zonas turísticas valem mais que as isoladas no interior. A proximidade a serviços e acessos é muito importante.
- Tamanho do Terreno e Potencial Construtivo: O preço depende do terreno, mas principalmente do que se pode construir ou recuperar no local, segundo as regras municipais.
- Estado da Ruína: Quanto melhor conservada, maior o valor. Uma estrutura sólida e aproveitável custa menos a recuperar do que uma ruína muito degradada.
- Potencial e Viabilidade: É fundamental saber que tipo de projeto pode ser feito, se há restrições legais, e se existem facilidades para ligar água, eletricidade e saneamento.
- Valor Histórico ou Arquitetónico: Casas com valor patrimonial podem ser mais caras e exigir cuidados especiais, mas também têm maior charme e valorização.
- Tendências e Diferenças Regionais: Os preços variam muito entre regiões, especialmente entre litoral e interior. A procura por turismo rural, por exemplo, pode aumentar o valor de algumas ruínas. Conhecer o mercado local ajuda a fazer escolhas mais acertadas.
- A importância de uma avaliação realista: Além do preço da compra, é preciso calcular quanto vai custar recuperar a casa. Um profissional pode ajudar a identificar problemas, estimar custos e garantir que o preço pedido faz sentido. Isso facilita negociar e evitar surpresas.
Exemplo Prático: Casa em Ruínas na Região do Douro
Imagina uma casa em ruínas com terreno de 1.000 m² perto do Douro, numa pequena aldeia com boa acessibilidade. O preço pedido é 40.000€.
- Localização: O Douro é uma zona valorizada, especialmente para turismo rural, o que aumenta o potencial da casa.
- Estado da ruína: As paredes exteriores estão em bom estado, mas o telhado está destruído e o interior precisa de reconstrução completa.
- Potencial construtivo: O Plano Diretor Municipal permite recuperar até 150 m² de área habitacional.
- Infraestruturas: A água e eletricidade estão próximas, mas o saneamento exige ligação à rede pública, com custo extra.
O proprietário estima que a reabilitação custará cerca de 80.000€. Assim, o investimento total será 120.000€ (compra + obras). Considerando que casas recuperadas na zona valem cerca de 180.000€, este negócio pode ser vantajoso — desde que o orçamento de obras seja cumprido e o processo legal seja simples.
Estratégias para comprar casas rurais em ruínas ao melhor preço
Comprar a casa em ruínas ideal é importante, mas garantir um bom preço é fundamental para o sucesso do investimento.
Mercado Particular vs. Apoio Profissional:
- Negócios Particulares: Preços mais baixos e maior flexibilidade, mas exige mais esforço na procura e cuidado extra com documentação e estado do imóvel.
- Agências Especializadas: Oferecem mais opções, segurança jurídica e apoio na negociação, apesar de cobrarem comissão. O conhecimento do mercado ajuda a avaliar melhor o valor.
Dicas para encontrar boas oportunidades:
Encontrar boas oportunidades exige pesquisa, planeamento e atenção aos detalhes. Aqui ficam dicas essenciais para fazer um bom negócio na compra de casas em ruínas:
- Defina o Orçamento: Saiba o quanto pode investir na compra e recuperação.
- Pesquise Bem: Compare preços e condições de ruínas similares na região.
- Visite o Imóvel: Avalie o estado da ruína e o potencial da localização pessoalmente.
- Avaliação Técnica: Contrate um arquiteto ou engenheiro para estimar custos de reabilitação.
- Verifique a Legalidade: Confirme a documentação e a situação legal da propriedade.
- Negocie com Base em Dados: Use a avaliação técnica e o mercado para justificar sua oferta.
- Considere Vendas Especiais: Imóveis da banca ou leilões podem ser opções interessantes, com atenção aos procedimentos.
Importante
O preço a que um imóvel está à venda não reflete o valor do imóvel, para saber o real valor do mercado deve ter informação do valor de transação da zona em questão. Ter um software com as últimas transações ou consultar um agente imobiliario pode ser a solução.
Burocracia: legalização e licenciamento de casas rurais em ruínas
Comprar e recuperar uma casa em ruínas envolve várias etapas legais e administrativas. Ter a documentação certa e cumprir as regras evita surpresas e problemas futuros.
Documentos essenciais para comprar:
- NIF e Documento de Identificação: Necessários para todos os compradores.
- Caderneta Predial: Documento fiscal que descreve o imóvel e o terreno.
- Certidão de Registo Predial: Confirma quem é o dono e se há dívidas ou hipotecas.
- Licença de Utilização (ou isenção): Para casas rurais pode não ser exigida, mas é importante verificar.
- Certificado Energético: Normalmente exigido após a reabilitação, não na compra.
Cuidados legais específicos:
- Limites da Propriedade: Confirmar que os terrenos estão bem definidos, sem disputas.
- Ónus e Dívidas: Garantir que a casa não tem encargos escondidos.
- Regras Municipais: Consultar o Plano Diretor para saber o que pode ser feito na reabilitação.
- Património e Zonas Protegidas: Verificar se há limitações devido a classificação histórica ou ambiental.
- Legalidade da Construção: Confirmar que a ruína está legalmente registada e não há construções ilegais anexas.
Legislação e licenciamento:
- RGEU e PDM: Normas e regulamentos que orientam a construção e recuperação.
- RJUE e Simplex Urbanístico: Regras e processos que facilitam o licenciamento das obras.
- ARU: Se a casa estiver numa Área de Reabilitação Urbana, pode haver benefícios fiscais e apoios.
Processo de licenciamento:
- Pedido de Informação Prévia (PIP): Consulta recomendada para avaliar a viabilidade do projeto.
- Comunicação Prévia: Para obras simples sem grande impacto estrutural.
- Licenciamento: Obrigatório para reconstruções ou alterações significativas, com entrega de projetos.
- Licença de Construção: Autoriza o início das obras.
- Licença de Utilização: Confirma que a casa está pronta e legal para habitação.
Ter o apoio de arquitetos e engenheiros experientes é muito importante para facilitar todo este processo e evitar erros.
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Isenções para recuperar casas rurais em 2025?
Se está a pensar recuperar uma casa rural, pode beneficiar de várias isenções fiscais muito vantajosas. Veja as principais:
1. IVA Reduzido nas Obras
Se a casa estiver localizada numa Área de Reabilitação Urbana (ARU), as obras de recuperação beneficiam de uma taxa de IVA reduzida de 6%, tornando o custo da reconstrução mais barato.
2. Isenção do IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis)
Após concluir a recuperação, pode ficar isento do pagamento do IMI durante 3 anos. Se o imóvel for usado para habitação própria, permanente ou arrendamento, pode pedir para renovar essa isenção por mais 5 anos.
3. Isenção do IMT (Imposto Municipal sobre Transmissões Onerosas)
Quem comprar a casa antiga e iniciar obras no prazo de 3 anos pode pedir isenção do IMT. Além disso, poderá também beneficiar da isenção do IMI, conforme explicado acima.
4. Dedução no IRS (Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares)
Pode deduzir 30% das despesas feitas durante a recuperação da casa ao fazer a declaração de IRS, até um máximo de 500€.
5. Tributação Reduzida nas Mais-Valias
Se vender a casa depois da recuperação e residir em Portugal, a tributação sobre as mais-valias é de apenas 5% na primeira venda, um valor muito inferior ao habitual.
6. Tributação Reduzida nos Rendimentos de Arrendamento
Se a casa for para arrendar, os rendimentos obtidos são tributados a uma taxa reduzida de 5%, desde que seja sujeito passivo de IRS e residente em Portugal.
7. Isenção de IRC para Fundos de Investimento
Fundos de investimento constituídos entre 2008 e 2013 podem estar isentos de IRC sobre rendimentos de imóveis recuperados em ARU, desde que a recuperação tenha começado depois de 2008 e terminado até 2020.
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Apoios do Estado para a recuperação de casas rurais
Recuperar casas rurais é essencial para preservar o património cultural e revitalizar centros urbanos e zonas rurais. No entanto, o custo elevado dessas obras torna difícil para muitos proprietários avançarem com a reabilitação. Felizmente, existem programas de apoio em Portugal que facilitam este processo, tanto com financiamento como com incentivos fiscais. Abaixo, explicamos os principais apoios disponíveis.
1. IFRRU 2020 – Financiamento com condições favoráveis
Este programa oferece empréstimos com condições muito vantajosas para reabilitar imóveis e melhorar a eficiência energética. Destina-se a proprietários (particulares ou entidades) que queiram recuperar edifícios com mais de 30 anos ou espaços industriais abandonados.
O que apoia:
- Reabilitação integral de edifícios para habitação ou outras finalidades
- Renovação de espaços industriais devolutos
- Melhorias de eficiência energética (como janelas, isolamento ou painéis solares)
Como funciona:
- Financiamento mais acessível do que os empréstimos bancários tradicionais
- Candidatura única, que pode incluir reabilitação e eficiência energética
- Aberto a privados e empresas
Importante
📞 Mais informações sobre o IFRRU: ifrru@ifrru.ihru.pt | +351 21 723 17 98
2. Fundo Nacional de Reabilitação do Edificado (FNRE)
Este fundo público apoia a reabilitação de imóveis devolutos para fins habitacionais, especialmente em zonas urbanas. Está focado no arrendamento acessível, promovendo o uso sustentável de edifícios antigos.
Quem pode candidatar-se:
- Entidades públicas (primeira fase)
- Proprietários privados (segunda fase)
Requisitos do imóvel:
- Estar devoluto e necessitar de obras
- Não ter dívidas ou encargos
- Ter parecer positivo da autarquia local
Como se candidata:
- Submissão anual até 30 de março através do site da Fundiestamo
- É necessário um plano de negócio viável
Importante
📞 Mais informações sobre o FNRE: geral@fundiestamo.pt | +351 217 915 017
3. Programa Reabilitar para Arrendar – Habitação Acessível
Este programa foi criado para promover o arrendamento a preços acessíveis, através da reabilitação de casas antigas. Destina-se a proprietários que queiram restaurar edifícios para arrendar com rendas controladas.
Quem pode aderir:
- Particulares, empresas, autarquias ou até condomínios
- Desde que sejam proprietários do imóvel ou tenham poderes legais sobre ele
Condições:
- Os imóveis devem ser destinados maioritariamente a habitação
- As casas reabilitadas devem ser arrendadas a preços acessíveis
- O projeto tem de ser financeiramente sustentável
Como se candidata:
- Através do Portal da Habitação, com formulário próprio
- Pode usar o simulador do IHRU para prever custos e viabilidade
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