Recuperação de casas rurais 2025: estratégia e apoios

16 Maio 2025 por António - 13 minutos de leitura

Casa rural recuperada com apoio do governo portuguesInvestir na recuperação de casas rurais pode ser uma excelente forma de preservar o património, criar uma habitação única ou desenvolver um projeto de turismo sustentável. No entanto, é fundamental compreender os tipos de intervenção possíveis, a burocracia associada e os apoios disponíveis. Neste artigo de As Tuas Ajudas, vamos dar a conhecer tudo o que precisas saber para tomar decisões informadas – desde como encontrar casas em ruínas até aos programas estatais para tornar a recuperação mais acessível.

Reconstrução ou Reabilitação de casas rurais?

Antes de investir numa casa rural, é crucial perceber o tipo de intervenção que ela exige. Reabilitar, reconstruir ou apenas conservar implica decisões e custos muito diferentes:

A reconstrução envolve demolir parcial ou totalmente uma casa e construí-la de novo, muitas vezes com base no traçado original. É comum quando a estrutura está em ruínas ou insegura. Apesar de permitir modernizar totalmente o espaço, pode implicar perda de elementos autênticos se não for feita com cuidado e respeito pelo contexto rural.

A reabilitação mantém a estrutura original da casa, intervindo apenas para recuperar, reforçar e adaptar o edifício às exigências atuais. Preserva materiais e detalhes tradicionais, como paredes de pedra ou tetos em madeira. É ideal para quem valoriza a identidade histórica da construção e pretende manter o carácter único do imóvel rural.

Conservar uma casa rural envolve pequenas intervenções para manter a estrutura e os materiais em bom estado. É ideal quando a construção está estável e funcional, exigindo apenas manutenção regular.

Dica Prática
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Onde começa a busca: estratégias para encontrar casas em ruínas

Procurar casas em ruínas pode ser uma aventura emocionante, mas exige atenção e estratégia. Conhecer onde e como procurar aumenta muito as chances de encontrar a propriedade ideal. Aqui estão três formas simples e eficazes para começar essa busca.

1. Pesquisa online
Hoje em dia, a internet é uma das melhores formas de encontrar casas em ruínas. Usa palavras-chave como “casa para recuperar”, “imóvel em ruínas” ou “propriedade para restaurar” para fazer a tua pesquisa. Muitos sites permitem filtrar por preço e localização, ajudando a encontrar boas oportunidades. No entanto, as fotos podem não mostrar o estado real da casa, por isso é muito importante visitar o imóvel pessoalmente antes de tomar qualquer decisão.

2. Ajuda de agências e consultores locais
Contar com a ajuda de agências imobiliárias ou consultores que conhecem bem a zona pode ser fundamental. Estes profissionais têm acesso a casas que nem sempre aparecem na internet e entendem as regras locais sobre o que pode ou não ser feito na recuperação. Além disso, ajudam em todo o processo, desde a negociação até à parte burocrática, tornando a compra mais segura e simples.

3. Exploração no terreno e contactos locais
Às vezes, as melhores oportunidades aparecem fora do mundo online. Visitar aldeias e zonas rurais, conversar com moradores e estar atento a placas de “vende-se” pode revelar casas em ruínas que ainda não foram anunciadas. Juntas de freguesia e jornais locais também são bons locais para descobrir imóveis disponíveis. Esta abordagem exige mais tempo e paciência, mas pode compensar bastante.

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Decifrar o valor: avaliação e preços de casas em ruínas

Saber quanto vale uma casa em ruínas é essencial para fazer um bom negócio. O preço depende de vários fatores que influenciam o custo e o potencial do projeto de recuperação.

Fatores que influenciam o preço:

  • Localização: Casas perto do mar, cidades ou zonas turísticas valem mais que as isoladas no interior. A proximidade a serviços e acessos é muito importante.
  • Tamanho do Terreno e Potencial Construtivo: O preço depende do terreno, mas principalmente do que se pode construir ou recuperar no local, segundo as regras municipais.
  • Estado da Ruína: Quanto melhor conservada, maior o valor. Uma estrutura sólida e aproveitável custa menos a recuperar do que uma ruína muito degradada.
  • Potencial e Viabilidade: É fundamental saber que tipo de projeto pode ser feito, se há restrições legais, e se existem facilidades para ligar água, eletricidade e saneamento.
  • Valor Histórico ou Arquitetónico: Casas com valor patrimonial podem ser mais caras e exigir cuidados especiais, mas também têm maior charme e valorização.
  • Tendências e Diferenças Regionais: Os preços variam muito entre regiões, especialmente entre litoral e interior. A procura por turismo rural, por exemplo, pode aumentar o valor de algumas ruínas. Conhecer o mercado local ajuda a fazer escolhas mais acertadas.
  • A importância de uma avaliação realista: Além do preço da compra, é preciso calcular quanto vai custar recuperar a casa. Um profissional pode ajudar a identificar problemas, estimar custos e garantir que o preço pedido faz sentido. Isso facilita negociar e evitar surpresas.
Exemplo Prático: Casa em Ruínas na Região do Douro

Imagina uma casa em ruínas com terreno de 1.000 m² perto do Douro, numa pequena aldeia com boa acessibilidade. O preço pedido é 40.000€.

  • Localização: O Douro é uma zona valorizada, especialmente para turismo rural, o que aumenta o potencial da casa.
  • Estado da ruína: As paredes exteriores estão em bom estado, mas o telhado está destruído e o interior precisa de reconstrução completa.
  • Potencial construtivo: O Plano Diretor Municipal permite recuperar até 150 m² de área habitacional.
  • Infraestruturas: A água e eletricidade estão próximas, mas o saneamento exige ligação à rede pública, com custo extra.

O proprietário estima que a reabilitação custará cerca de 80.000€. Assim, o investimento total será 120.000€ (compra + obras). Considerando que casas recuperadas na zona valem cerca de 180.000€, este negócio pode ser vantajoso — desde que o orçamento de obras seja cumprido e o processo legal seja simples.

Estratégias para comprar casas rurais em ruínas ao melhor preço

Comprar a casa em ruínas ideal é importante, mas garantir um bom preço é fundamental para o sucesso do investimento.

Mercado Particular vs. Apoio Profissional:

  • Negócios Particulares: Preços mais baixos e maior flexibilidade, mas exige mais esforço na procura e cuidado extra com documentação e estado do imóvel.
  • Agências Especializadas: Oferecem mais opções, segurança jurídica e apoio na negociação, apesar de cobrarem comissão. O conhecimento do mercado ajuda a avaliar melhor o valor.

Dicas para encontrar boas oportunidades:

Encontrar boas oportunidades exige pesquisa, planeamento e atenção aos detalhes. Aqui ficam dicas essenciais para fazer um bom negócio na compra de casas em ruínas:

  • Defina o Orçamento: Saiba o quanto pode investir na compra e recuperação.
  • Pesquise Bem: Compare preços e condições de ruínas similares na região.
  • Visite o Imóvel: Avalie o estado da ruína e o potencial da localização pessoalmente.
  • Avaliação Técnica: Contrate um arquiteto ou engenheiro para estimar custos de reabilitação.
  • Verifique a Legalidade: Confirme a documentação e a situação legal da propriedade.
  • Negocie com Base em Dados: Use a avaliação técnica e o mercado para justificar sua oferta.
  • Considere Vendas Especiais: Imóveis da banca ou leilões podem ser opções interessantes, com atenção aos procedimentos.
Importante
O preço a que um imóvel está à venda não reflete o valor do imóvel, para saber o real valor do mercado deve ter informação do valor de transação da zona em questão. Ter um software com as últimas transações ou consultar um agente imobiliario pode ser a solução.

Burocracia: legalização e licenciamento de casas rurais em ruínas

Comprar e recuperar uma casa em ruínas envolve várias etapas legais e administrativas. Ter a documentação certa e cumprir as regras evita surpresas e problemas futuros.

Documentos essenciais para comprar:

  • NIF e Documento de Identificação: Necessários para todos os compradores.
  • Caderneta Predial: Documento fiscal que descreve o imóvel e o terreno.
  • Certidão de Registo Predial: Confirma quem é o dono e se há dívidas ou hipotecas.
  • Licença de Utilização (ou isenção): Para casas rurais pode não ser exigida, mas é importante verificar.
  • Certificado Energético: Normalmente exigido após a reabilitação, não na compra.

Cuidados legais específicos:

  • Limites da Propriedade: Confirmar que os terrenos estão bem definidos, sem disputas.
  • Ónus e Dívidas: Garantir que a casa não tem encargos escondidos.
  • Regras Municipais: Consultar o Plano Diretor para saber o que pode ser feito na reabilitação.
  • Património e Zonas Protegidas: Verificar se há limitações devido a classificação histórica ou ambiental.
  • Legalidade da Construção: Confirmar que a ruína está legalmente registada e não há construções ilegais anexas.

Legislação e licenciamento:

  • RGEU e PDM: Normas e regulamentos que orientam a construção e recuperação.
  • RJUE e Simplex Urbanístico: Regras e processos que facilitam o licenciamento das obras.
  • ARU: Se a casa estiver numa Área de Reabilitação Urbana, pode haver benefícios fiscais e apoios.

Processo de licenciamento:

  • Pedido de Informação Prévia (PIP): Consulta recomendada para avaliar a viabilidade do projeto.
  • Comunicação Prévia: Para obras simples sem grande impacto estrutural.
  • Licenciamento: Obrigatório para reconstruções ou alterações significativas, com entrega de projetos.
  • Licença de Construção: Autoriza o início das obras.
  • Licença de Utilização: Confirma que a casa está pronta e legal para habitação.

Ter o apoio de arquitetos e engenheiros experientes é muito importante para facilitar todo este processo e evitar erros.

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Isenções para recuperar casas rurais em 2025?

Se está a pensar recuperar uma casa rural, pode beneficiar de várias isenções fiscais muito vantajosas. Veja as principais:

1. IVA Reduzido nas Obras

Se a casa estiver localizada numa Área de Reabilitação Urbana (ARU), as obras de recuperação beneficiam de uma taxa de IVA reduzida de 6%, tornando o custo da reconstrução mais barato.

2. Isenção do IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis)

Após concluir a recuperação, pode ficar isento do pagamento do IMI durante 3 anos. Se o imóvel for usado para habitação própria, permanente ou arrendamento, pode pedir para renovar essa isenção por mais 5 anos.

3. Isenção do IMT (Imposto Municipal sobre Transmissões Onerosas)

Quem comprar a casa antiga e iniciar obras no prazo de 3 anos pode pedir isenção do IMT. Além disso, poderá também beneficiar da isenção do IMI, conforme explicado acima.

4. Dedução no IRS (Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares)

Pode deduzir 30% das despesas feitas durante a recuperação da casa ao fazer a declaração de IRS, até um máximo de 500€.

5. Tributação Reduzida nas Mais-Valias

Se vender a casa depois da recuperação e residir em Portugal, a tributação sobre as mais-valias é de apenas 5% na primeira venda, um valor muito inferior ao habitual.

6. Tributação Reduzida nos Rendimentos de Arrendamento

Se a casa for para arrendar, os rendimentos obtidos são tributados a uma taxa reduzida de 5%, desde que seja sujeito passivo de IRS e residente em Portugal.

7. Isenção de IRC para Fundos de Investimento

Fundos de investimento constituídos entre 2008 e 2013 podem estar isentos de IRC sobre rendimentos de imóveis recuperados em ARU, desde que a recuperação tenha começado depois de 2008 e terminado até 2020.

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Apoios do Estado para a recuperação de casas rurais

Recuperar casas rurais é essencial para preservar o património cultural e revitalizar centros urbanos e zonas rurais. No entanto, o custo elevado dessas obras torna difícil para muitos proprietários avançarem com a reabilitação. Felizmente, existem programas de apoio em Portugal que facilitam este processo, tanto com financiamento como com incentivos fiscais. Abaixo, explicamos os principais apoios disponíveis.

1. IFRRU 2020 – Financiamento com condições favoráveis

Este programa oferece empréstimos com condições muito vantajosas para reabilitar imóveis e melhorar a eficiência energética. Destina-se a proprietários (particulares ou entidades) que queiram recuperar edifícios com mais de 30 anos ou espaços industriais abandonados.

O que apoia:

  • Reabilitação integral de edifícios para habitação ou outras finalidades
  • Renovação de espaços industriais devolutos
  • Melhorias de eficiência energética (como janelas, isolamento ou painéis solares)

Como funciona:

  • Financiamento mais acessível do que os empréstimos bancários tradicionais
  • Candidatura única, que pode incluir reabilitação e eficiência energética
  • Aberto a privados e empresas
Importante
📞 Mais informações sobre o IFRRU: ifrru@ifrru.ihru.pt | +351 21 723 17 98

2. Fundo Nacional de Reabilitação do Edificado (FNRE)

Este fundo público apoia a reabilitação de imóveis devolutos para fins habitacionais, especialmente em zonas urbanas. Está focado no arrendamento acessível, promovendo o uso sustentável de edifícios antigos.

Quem pode candidatar-se:

  • Entidades públicas (primeira fase)
  • Proprietários privados (segunda fase)

Requisitos do imóvel:

  • Estar devoluto e necessitar de obras
  • Não ter dívidas ou encargos
  • Ter parecer positivo da autarquia local

Como se candidata:

  • Submissão anual até 30 de março através do site da Fundiestamo
  • É necessário um plano de negócio viável
Importante
📞 Mais informações sobre o FNRE: geral@fundiestamo.pt | +351 217 915 017

3. Programa Reabilitar para Arrendar – Habitação Acessível

Este programa foi criado para promover o arrendamento a preços acessíveis, através da reabilitação de casas antigas. Destina-se a proprietários que queiram restaurar edifícios para arrendar com rendas controladas.

Quem pode aderir:

  • Particulares, empresas, autarquias ou até condomínios
  • Desde que sejam proprietários do imóvel ou tenham poderes legais sobre ele

Condições:

  • Os imóveis devem ser destinados maioritariamente a habitação
  • As casas reabilitadas devem ser arrendadas a preços acessíveis
  • O projeto tem de ser financeiramente sustentável

Como se candidata:

  • Através do Portal da Habitação, com formulário próprio
  • Pode usar o simulador do IHRU para prever custos e viabilidade
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Sou António Pereira, especialista em ajudas financeiras, IRS e apoios sociais. Escrevo para quem precisa de orientação prática sobre benefícios e soluções económicas.

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