
Ao comprar uma casa, é fundamental entender os capitais próprios, ou seja, o montante que realmente precisa para concretizar a compra. Será necessário ter dinheiro disponível para três componentes principais: o valor da entrada, os custos relacionados com o processo bancário e as despesas com a escritura. Neste artigo, explicamos-lhe qual o valor que deve pagar de entrada, os custos adicionais envolvidos e quanto pode solicitar ao banco para financiar a compra da casa.
Índice
Quanto tem que se dar de entrada para uma casa?
Ao comprar uma casa, a entrada é um dos primeiros aspetos a considerar. Em Portugal, os bancos financiam até 90% do valor de avaliação do imóvel, o que significa que precisará de ter pelo menos 10% do valor da casa para a entrada.
No entanto, em algumas situações, o banco pode exigir uma entrada maior, como quando:
- O banco avalia o imóvel abaixo do preço de compra;
- O seu perfil financeiro apresenta mais riscos, como dívidas ou instabilidade profissional.
A entrada mínima é de 10% do valor de compra, sendo que os bancos financiam no máximo 90% para Habitação Própria e Permanente. Para habitação secundária ou investimento, o financiamento máximo é de 80%.
Existem mais custos associados à compra de uma casa?
Além do valor da entrada, existem outros custos que devem ser incluídos no seu planeamento financeiro:
- Imposto Municipal sobre Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT): este imposto é pago ao Estado na compra de um imóvel, e o valor varia conforme o preço do imóvel e o tipo de habitação (primeira ou segunda casa).
- Imposto de Selo: trata-se de um custo fixo de 0,8% sobre o valor da escritura.
- Custos com escritura e registo: estes custos podem variar entre 500 e 1.000 euros.
Se somarmos a entrada e os custos adicionais, o valor total a desembolsar pode chegar a 15% ou mais do preço do imóvel.
Quanto posso pedir ao banco para comprar uma casa?
Depois de definir o valor que consegues poupar, é importante perceber quanto podes pedir ao banco para financiar a compra da casa. O montante que podes solicitar depende de três fatores principais:
- Taxa de esforço: a taxa de esforço corresponde à percentagem do teu rendimento mensal que será destinada ao pagamento de dívidas. Em geral, os bancos preferem que esta taxa não ultrapasse os 30% a 35%.
Por exemplo, com um rendimento mensal de 2.000 euros, o banco poderá aceitar uma prestação máxima entre 600 e 700 euros. - Prazo do crédito: o prazo máximo para um crédito à habitação em Portugal é, geralmente, de 40 anos, embora possa variar consoante a tua idade. Quanto mais longo for o prazo, menor será o valor da prestação mensal, mas acabas por pagar mais juros ao longo do tempo.
- Taxas de juro: as taxas de juro (combinando a Euribor e o spread) têm um impacto direto na quantidade que podes pedir emprestado. Quando as taxas de juro são mais altas, a tua capacidade de financiamento pode ser reduzida.
Apoios do governo para quem tem menos de 35 anos
Se tens menos de 35 anos, poderás aproveitar várias medidas de apoio do governo que tornam o processo de compra de casa mais acessível:
- Isenção do IMT: para imóveis destinados a habitação própria e permanente, com valores dentro de certos limites, poderás beneficiar de isenção do Imposto Municipal sobre Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT).
- Isenção do Imposto de Selo: em determinadas situações, é possível obter uma redução ou até mesmo a eliminação deste custo.
- Garantia Pública: com esta nova medida do governo, é possível obter um crédito à habitação 100% financiado. O Estado oferece uma garantia pública que pode cobrir até 15% do valor do imóvel, correspondendo à parte não financiada pelos bancos.