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Se chega ao fim do mês a contar cada euro e a preocupar-se com o custo dos medicamentos ou das consultas médicas, saiba que não está sozinha. Milhares de portugueses enfrentam diariamente a difícil escolha entre comprar medicamentos essenciais ou pagar outras despesas da casa. A boa notícia? O Estado português disponibiliza várias ajudas para medicamentos e cuidados de saúde que podem aliviar significativamente o seu orçamento familiar. As tuas ajudas reúne neste guia completo as cinco principais formas de apoio a que pode ter direito em 2025, explicadas de forma simples e clara, para que consiga finalmente aceder aos benefícios que são seus por direito.
Índice
Comparticipação de Medicamentos pelo SNS
O Sistema Nacional de Saúde comparticipa grande parte do custo de milhares de medicamentos, mas muitas pessoas não sabem que podem ter direito a descontos ainda maiores do que aqueles que já recebem na farmácia.
A comparticipação funciona através de escalões que variam entre 15% e 100% do preço do medicamento, dependendo do tipo de doença e da sua situação económica. Todos os pensionistas e beneficiários com rendimentos baixos podem aceder a comparticipações reforçadas, o que significa pagar muito menos pelos medicamentos de que precisam.
Para ter acesso à comparticipação reforçada, não precisa de fazer nada de especial – o sistema está automaticamente ligado ao seu número de utente do SNS. Quando vai à farmácia, basta apresentar o cartão de utente e o farmacêutico verá de imediato a que escalão pertence. Se recebe uma pensão igual ou inferior a 1,5 vezes o valor do Indexante dos Apoios Sociais (IAS), que em 2025 corresponde a cerca de 776 euros, tem automaticamente direito a descontos reforçados.
Nem todos os medicamentos estão comparticipados. Os medicamentos genéricos têm sempre maior comparticipação do que os de marca, por isso pergunte sempre ao seu médico se pode receitar a versão genérica – vai poupar ainda mais.
Os escalões de comparticipação em 2025 são:
Escalão A: 90% de comparticipação – medicamentos para doenças crónicas graves
Escalão B: 69% de comparticipação – medicamentos essenciais para várias patologias
Escalão C: 37% de comparticipação – medicamentos de uso corrente
Escalão D: 15% de comparticipação – restantes medicamentos comparticipados
Se é pensionista ou tem rendimentos baixos, estes valores sobem significativamente. Por exemplo, no escalão A pode chegar aos 95% de comparticipação, o que significa pagar apenas 5% do valor do medicamento.
Atenção
Se tem uma doença crónica como diabetes, hipertensão, asma ou problemas de coração, os seus medicamentos habituais estão provavelmente nos escalões A ou B, com comparticipações muito vantajosas.
Poupe ainda mais nos seus medicamentos! Use o simulador As tuas ajudas para descobrir todas as comparticipações a que tem direito e quanto pode poupar mensalmente na farmácia. Muitas famílias conseguem reduzir a fatura dos medicamentos em mais de 60%.
Regime Especial de Comparticipação de Medicamentos
Além da comparticipação normal, existe um apoio especial para pessoas em situação económica mais difícil – e é aqui que pode fazer uma enorme diferença no seu orçamento.
Não deixe dinheiro na mesa! Veja se tem direito ao CSI e a quanto pode receber. Muitos reformados perdem centenas de euros por mês simplesmente porque nunca pediram este apoio.
O Regime Especial permite que pessoas com rendimentos baixos tenham acesso a comparticipações ainda mais elevadas, chegando aos 95% em muitos medicamentos. Isto significa que um medicamento que normalmente custaria 20 euros pode ficar por apenas 1 euro.
Para aceder a este regime, precisa de comprovar que os seus rendimentos são baixos. Se ganha cerca de 1000 euros por mês e tem filhos a cargo, é muito provável que se qualifique. O pedido faz-se junto da Segurança Social ou do seu centro de saúde, e precisa de apresentar alguns documentos simples como o comprovativo de rendimentos e o agregado familiar.
Importante: Este apoio não é automático – tem de o pedir! Muitas pessoas perdem este benefício simplesmente porque não sabem que existe ou porque acham que o processo é complicado. Na realidade, é bastante simples e pode fazer-se num único dia.
Declaração de rendimentos (IRS) ou comprovativo de pensão/subsídio
Comprovativo de composição do agregado familiar
Cartão de utente do SNS
O Regime Especial renova-se automaticamente todos os anos, desde que a sua situação económica se mantenha. Uma vez aprovado, o desconto adicional aparece automaticamente quando vai à farmácia levantar os seus medicamentos.
Um exemplo practico seria a Maria, reformada com pensão de 850 euros e duas filhas ainda a estudar, conseguiu aceder ao Regime Especial. Antes gastava cerca de 80 euros por mês em medicamentos para a diabetes e pressão alta. Agora, com o regime especial, paga apenas 15 euros pelos mesmos medicamentos – uma poupança de 780 euros por ano.
Dica
Ao fazer o pedido, seja honesta sobre toda a sua situação. Se está divorciada e não recebe pensão de alimentos regularmente, mencione isso. Se tem despesas médicas elevadas, junte comprovativos. Tudo isto conta para a avaliação.
Isenção de Taxas Moderadoras
As taxas moderadoras são aqueles valores que paga nas consultas, urgências e exames no SNS. Para muitas famílias com orçamentos apertados, mesmo estes pequenos valores podem ser um obstáculo ao acesso aos cuidados de saúde.
A boa notícia é que pode estar isenta de pagar taxas moderadoras e nem sequer saber. A isenção é automática para vários grupos, incluindo crianças até aos 18 anos, grávidas, pessoas com doenças crónicas, desempregados inscritos no centro de emprego, e pessoas com rendimentos abaixo de determinado limiar.
Se recebe prestações sociais da Segurança Social, como o Rendimento Social de Inserção (RSI), Complemento Solidário para Idosos (CSI) ou Subsídio Social de Desemprego, está automaticamente isenta de taxas moderadoras. Não precisa de pedir nada – quando se dirige ao centro de saúde ou hospital, o sistema identifica automaticamente a sua situação através do número de utente.
Mesmo que não receba nenhuma destas prestações, pode pedir a isenção se o seu rendimento for baixo. Com um salário de 1000 euros e filhos a cargo, é muito provável que se qualifique, especialmente se for mãe solteira ou divorciada.
Importante
A isenção abrange consultas no centro de saúde, consultas hospitalares, atendimentos nas urgências (quando referenciada pelo SNS 24), meios complementares de diagnóstico e terapêutica, e internamentos. Não abrange, contudo, situações de urgência injustificada ou tratamentos de medicina dentária.
Grupos com isenção automática:
Crianças e jovens até 18 anos
Mulheres grávidas e puérperas (até 60 dias após o parto)
Desempregados inscritos no IEFP há mais de 90 dias
Doentes com certas patologias crónicas (diabetes, VIH, tuberculose, entre outras)
Dadores benévolos de sangue, células ou tecidos
Programa de Apoio à Aquisição de Produtos de Saúde
Este é um apoio menos conhecido mas extremamente útil para quem precisa de produtos de saúde específicos como fraldas para incontinência, sondas, seringas, aparelhos de medição de glucose, ou outros dispositivos médicos essenciais.
Descubra já se tem direito à isenção de taxas moderadoras! Com o simulador As tuas ajudas, em apenas 2 minutos fica a saber se pode deixar de pagar nas consultas e exames. Famílias como a sua poupam em média 200 euros por ano nestes custos.
O programa funciona através de comparticipações específicas para produtos que não são medicamentos mas são fundamentais para gerir certas condições de saúde. Se você ou alguém da sua família tem diabetes, incontinência urinária, necessita de alimentação entérica ou tem outra condição que exige produtos médicos regulares, pode ter direito a comparticipação.
Para aceder a este apoio, precisa de uma prescrição médica específica onde o seu médico indique claramente o produto necessário e a razão médica. Depois, nas farmácias ou lojas de produtos médicos aderentes, apresenta a receita e beneficia do desconto direto.
A comparticipação varia conforme o produto e a situação clínica, mas pode chegar aos 100% em alguns casos, especialmente para pessoas com deficiência ou doenças crónicas graves. No caso das tiras reagentes para diabetes, por exemplo, a comparticipação é de 85%, o que representa uma poupança significativa.
Importante
Guarde sempre as faturas destes produtos. Se no final do ano as suas despesas de saúde ultrapassarem uma percentagem significativa do seu rendimento, pode deduzir parte destes valores no IRS, recebendo algum dinheiro de volta.
Produtos com comparticipação incluem:
Tiras reagentes e lancetas para diabetes
Fraldas para incontinência (mediante prescrição)
Sondas e sistemas de alimentação entérica
Produtos para ostomia
Cadeiras de rodas e auxiliares de marcha
Aparelhos auditivos
Próteses mamárias externas
Se tem diabetes tipo 1 ou tipo 2 tratada com insulina, tem direito a 100 tiras reagentes e 100 lancetas por mês com 85% de comparticipação. Fale com o seu médico para que inclua esta prescrição na sua receita regular.
Muitas pessoas desistem destes apoios porque acham que a burocracia é muita. Na verdade, basta uma conversa franca com o seu médico de família. Explique as suas dificuldades económicas e pergunte sobre todos os produtos comparticipados que podem ajudá-la. Os médicos estão habituados a fazer estas prescrições e querem ajudar.
Complemento Solidário para Idosos (CSI)
Se tem mais de 65 anos e a sua pensão é muito baixa, o Complemento Solidário para Idosos pode ser um verdadeiro alívio. Embora tecnicamente não seja só para medicamentos, este apoio mensal ajuda a cobrir várias despesas, incluindo as de saúde.
O CSI garante um rendimento mínimo mensal aos idosos, complementando pensões baixas. Em 2025, o valor de referência é de cerca de 551 euros para uma pessoa sozinha. Se a sua pensão for inferior a este valor, a Segurança Social completa a diferença.
Mas há mais: os beneficiários do CSI têm automaticamente direito a várias isenções e apoios adicionais, incluindo isenção de taxas moderadoras, descontos nas faturas de energia através da tarifa social, e comparticipações reforçadas em medicamentos. É como se fosse um “pacote” de ajudas que se ativam todas ao mesmo tempo.
Para pedir o CSI, deve dirigir-se à Segurança Social com os seus documentos de identificação, comprovativos de rendimentos e despesas, e composição do agregado familiar. O processo pode demorar alguns meses, mas vale a pena esperar é um apoio para a vida toda, enquanto mantiver os requisitos.
Atenção
O CSI tem em conta não apenas a sua pensão, mas todos os rendimentos do agregado familiar. Se vive com os seus filhos adultos que trabalham, os rendimentos deles também contam. Por isso, se vive sozinha ou apenas com o cônjuge também reformado, as probabilidades de conseguir o apoio são maiores.
Requisitos para o Complemento Solidário para Idosos:
Residir em Portugal há pelo menos 6 anos consecutivos
Ter rendimentos abaixo do limiar estabelecido
Não possuir património imobiliário acima de certo valor
Uma vez aprovado, o CSI é pago mensalmente juntamente com a sua pensão, e renova-se automaticamente desde que continue a preencher os requisitos. Se a sua situação económica melhorar significativamente, deve informar a Segurança Social.
Não deixe dinheiro na mesa! Veja se tem direito ao CSI e a quanto pode receber. Muitos reformados perdem centenas de euros por mês simplesmente porque nunca pediram este apoio.
Saber que os apoios existem é o primeiro passo, mas é natural sentir-se confusa sobre por onde começar. Vamos simplificar o processo para que consiga aceder a todas as ajudas a que tem direito.
Primeiro, junte os documentos básicos que vai precisar repetidamente: cartão de cidadão, cartão de utente do SNS, NIF, comprovativo de morada, última declaração de IRS ou comprovativo de pensão, e documento que comprove a composição do agregado familiar (pode pedir na Junta de Freguesia). Tenha sempre estes documentos organizados numa pasta – vai poupar muito tempo.
Depois, comece pela sua situação de saúde. Marque uma consulta com o seu médico de família e tenha uma conversa aberta sobre as suas dificuldades. Explique que tem dificuldades económicas e pergunte sobre todas as comparticipações e regimes especiais disponíveis. O médico pode ajudá-la a perceber a que apoios tem direito e fazer as prescrições adequadas.
Em paralelo, visite o serviço de atendimento da Segurança Social ou ligue para a Linha da Segurança Social (300 502 502). Não tenha vergonha de pedir ajuda – os funcionários estão lá precisamente para a orientar. Leve toda a documentação e pergunte especificamente sobre o Regime Especial de Comparticipação e, se aplicável, sobre o CSI.
Importante
Não desista se o processo parecer lento. Às vezes os pedidos demoram alguns meses a ser aprovados, mas os apoios são retroativos à data do pedido. Enquanto espera pela resposta oficial, continue a guardar todas as faturas de medicamentos e consultas – pode precisar delas.
Outras perguntas frequentes
👩⚕️Posso acumular vários apoios ao mesmo tempo?
Sim, pode e deve acumular todos os apoios para os quais preenche os requisitos. Por exemplo, pode ter comparticipação reforçada de medicamentos, estar isenta de taxas moderadoras e receber o CSI simultaneamente. Os apoios complementam-se para garantir que tem acesso aos cuidados de saúde de que precisa.
👨👩👧👦Se os meus filhos adultos vivem comigo, perco o direito às ajudas?
Depende do apoio específico e dos rendimentos do agregado. Para alguns apoios como o CSI, os rendimentos de todos os membros do agregado contam. Para outros, como a isenção de taxas moderadoras, apenas contam os seus próprios rendimentos. O melhor é consultar a Segurança Social sobre a sua situação específica, pois cada caso é avaliado individualmente.
🕰️Quanto tempo demora a aprovar os pedidos de apoio?
O tempo varia conforme o tipo de apoio. As isenções automáticas (como para beneficiários de RSI) são imediatas. O Regime Especial de Comparticipação pode demorar entre 30 a 90 dias. O CSI pode levar até 90 dias. No entanto, quando aprovados, os apoios são normalmente retroativos à data do pedido.
Sou gestora de projetos com interesse em negócios internacionais, focada em otimizar processos, coordenar equipas multidisciplinares e entregar resultados com impacto. Para parcerias ou contactos profissionais, envie um e-mail para: sofia.severino@selectra.info